Com certeza você já esteve naquela situação de muito aperto para entregar um trabalho da qual você sabia que dificilmente conseguiria dentro do prazo estabelecido mesmo dando aquela esticada no horário e nos dias.
Nem sempre é possível nos esquivarmos duma situação assim, aí não tem jeito, o negócio é abraçar o compromisso e comprar o tempo de outros assuntos. Não há problema nisto quando acontece raramente e então, o fim acaba justificando os meios.
Há, contudo, outra categoria de compromisso. É aquele o qual sabemos que apesar da pressão, o assunto pode dar uma esperadinha que não haverá danos, neste caso, podemos fazer bom uso de nossas limitações por circunstâncias externas a nós. Mas nem sempre isso é fácil de aplicar na prática, não pela pressão que chega até nós, mas pelas próprias imposições que jogamos sobre nós. Sendo desta forma, percebam que não estou aqui dizendo para postergar uma tarefa, até porque isso é coisa de mal profissional ou cidadão. Entendam que estou apenas desvelando o ponto de equilíbrio para aqueles que ainda não o perceberam por ser muito sutil.
Assim sendo, o objeto neste caso é sabermos separar a real pressão que sofremos por meios externos justificados, daquele em que causamos a nós por querer sempre agradar os outros. Não há outra causa que nos pressione tanto quanto a nossa própria causa, seja ela em que modalidade de situação for. A propósito, esta consegue pressionar mais de que outra qualquer.
Não raro, quando cedemos ao nosso ego, com certeza o preço será maior que o benefício, quando na verdade, a interação entre as partes deveria ser de empate. Só podemos ser altruístas quando esse altruísmo não nos causar um pesado incômodo ou danos. Não é por menos que os bombeiros se 'arriscam' desde que estejam seguros dentro da zona de perigo.
Neste caso, não raro nos lamentamos por termos feito algo de maneira aparentemente impositiva, contudo note, que de fato quem cedeu fomos nós, a outra pessoa fez apenas o papel dela. Ela jogou a isca para se garantir e você mordeu. Não soube negociar porque seu ego insistiu em agradar. Entrou na sugestão auto programado para ceder.
Desta forma, saiba fazer bom uso de sua não onipotência. Aprenda a dizer não quando necessário ou pelo menos, não exija em demasia de você mesmo, ande dentro do seu próprio tempo, pois, muitas vezes é melhor andar do que ficar parado. Saiba avaliar as situações para garantir o coração por muitos quilômetros a mais.
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