sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Torpeza

Qual o prazer que uma pessoa arrogante possui por ostentar suas posses e menosprezar os demais?   

O apego material pelas posses apenas consegue ostentar aos de visão penetrante as poucas qualidades daquele infeliz ser, tais como: Pobreza de espírito contrastada com sua fartura de hipocrisia, seu decepcionante egoísmo, sua solitária individualidade e uma grande participação bovídea nesta sociedade presa pelas futilidades da vaidade.

Aquela pessoa expondo seu pomposo carro numa atitude arrogante de quase empurrando a todos os demais a sua frente, apenas evidencia a pobreza de seus sentimentos inflados tal como aquele alguém severamente doente e magro, porém, inchado pela enfermidade. Sua imagem exposta assim, pode até parecer mais bela, contudo, é como uma figura de revista manipulada que não possui real conteúdo, é pura casca que não passa de uma mentira a si próprio. 

Ao chegar solitário em sua fortaleza, sua fantasia se evapora. A Cinderela volta ao farrapo existencial antes mesmo de descer do carro. O galante cavaleiro como que por encanto volta a ser o sapo de sempre em cima de seu distinto cavalo, assim, o cavalo permanece enquanto o cavaleiro desaparece. É como aquele artista que amarga o sentimento de decepção e tristeza em seu camarim ao tirar as roupas e a maquiagem, percebe então que seu disfarce, as luzes coloridas, as palmas, os sorrisos momentâneos e toda aquela bijuteria reluzente que corrobora com seu sucesso são efêmeros, não existe nisto consistência alguma.  

A estes ao menos ainda resta um mínimo de razão, pois, conseguem pensar em suas torpezas. Provavelmente haja alguma salvação à eles antes da morte selar sua passagem por aqui...

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