sábado, 20 de julho de 2013

A Mediocridade da Informação Moderna

Vivemos em épocas que se valoriza o ganho financeiro a qualquer custo. Época em que as pessoas não estão dispostas a dar e receber numa troca justa, mas percebemos que a mentira e a hipocrisia permeia a sociedade, o mundo dos negócios, a religião e até mesmo a família. 

Assim como os bancos tratam o dinheiro como um produto e bem conhecemos os resultados disto em nossos bolsos, de mesma forma é a informação. Consequentemente, esta também deve ser vista por nós como um produto, pois é assim que é tratada pela mídia. E este produto frequentemente é manipulado e vendido como verdadeiro e necessário, contudo é fraudulentamente adaptado e assim somos enganados duas vezes, uma por pagar por uma mentira ou ao menos perder nosso tempo com lixo e outra pela própria mentira que muitas vezes passamos adiante. De mesma forma como as revistas vendem imagens adulteradas por manipulá-las com softwares específicos para que paguemos pela lebre e levemos o gato, assim é a informação tanto mais fácil ainda de ser manipulada. Esta geralmente esta carregada de apelo violento e sexual, luxúria, fofocas chulas, sorrisos pagos, paisagens embelezadas e demais ledos engodos e entulhos do espírito.   

Percebe-se portanto claramente, que vivemos em épocas de pessoas informadas com fatos mentirosos, sem importância  e tendenciosos, onde o compromisso não é com a verdade ou mais ainda, com a formação do indivíduo e sim, estão preocupados com sua audiência, com suas vendas, com seus bolsos e popularidade. Não se enganem com propagandas bandoleiras de compromisso com a verdade, isso não existe nesta época e esta máxima é tão fraudulenta quanto suas informações.

A doença é tamanha, que até a educação foi infectada. Professores querem tornar as aulas divertidas, enquanto alunos querem conhecimento sem trabalho. Contudo, a maior parte da construção do conhecimento não é divertida porque exige engajamento e demanda tempo para mitigar o assunto.

Com o advento dos computadores e outros meios de comunicação, há uma crassa confusão entre seu uso para pesquisas e para o conhecimento. Enquanto as pesquisas são para levantamento de informações da qual se exige agilidade e isso bem faz o computador, o conhecimento requer estudo, maturidade, analise crítica, julgamento, reflexões, concentração, mitigação e intenção. 

Aprendizagem não gira em torno de adquirir informações, se assim fosse, o bibliotecário seria rei. Pessoas que se preocupam apenas com isso, estão se enganando por inflarem sua mente com uma cultura inútil e mentirosa. A aprendizagem é oposta, sempre arremete o ser humano ao seu desenvolvimento.

Não é a informação que dá poder, mas o conhecimento prático. Enquanto entre notícias e informações há um riacho que os divide, entre informações e conhecimento, há um oceano. Maior ainda são as águas que separam o conhecimento da sabedoria, porém, enquanto os dois primeiros grupos são separados horizontalmente, este último se separa verticalmente.

O que nos provoca intensamente não são as informações, mas sim as ideias. Estas sim nos inspiram porque intrinsecamente está a compreensão da extensão distante e também nos desloca fundo e alto em relação a superfície, assim percebemos que, enquanto no horizonte mora o conhecimento, no profundo e nas alturas mora a sabedoria.

Enquanto houver pessoas valorizando as informações mais que as ideias, serão estes os vírus que tornam a sociedade doente pelo mal da mediocridade, pois, buscam quando em sua expressão máxima de sensatez, apenas pelos significados das palavras, mas estão incapacitados de entenderem o produto do verdadeiro conhecimento, a saber, o conceito. Isto porque enaltecem as respostas rápidas e sem reflexões. Enaltecem a informação como se fosse formação, ou melhor colocando, denigrem a formação por reduzi-la a informação e nisto, a intoxicação tecnológica é perita.

Assim, são bem poucos os que possuem visão cognitiva extensa e fazem sua permanência acima da consciência coletiva, pois, atingiram a plenitude humana, ultrapassaram a linha animal e agora estão a caminho de evolução cada vez maior, pois, perceberam que a recompensa não é surto de adrenalina, mas a satisfação profunda e silenciosa. Aprenderam que uma vitória é feita com muito mais do que apenas suor, pois, as convicções a serem vencidas são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras da qual adquiriram a habilidade de detectar.

Quem não compreende isto, que continue boiando, pois somos como aquelas pessoas que foram vistas dançando e foram julgadas insanas pelos que não podiam escutar a melodia...


- As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras (Friedrich Nietzsche).
- E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música (Friedrich Nietzsche).

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