Só podemos entregar aquilo que possuímos... Por exemplo, se eu gosto de carros vermelhos, verei mais carros vermelhos pela rua de que outra pessoa que goste de carros amarelos ou nem goste de carros. Se minha mulher ficar grávida, começo a ver grávidas por todo canto. Se eu sou uma pessoa de gosto refinado para vinhos, terei inconscientemente em meu barzinho de casa uma adega dos melhores que encontrar.
Portanto, poderia um indivíduo estúpido agir com sensatez? Até que poderia por se tratar de uma pessoa com atributos de inteligência, mas como a estupidez é uma marca acentuada em seu caráter, a expectativa maior seria continuar com sua leviandade.
Estes exemplos são aplicáveis de mesma forma as pessoas que valorizam a vida. Aqueles que veem a vida como um dom milagroso, aproveitam todas as oportunidades para aprender mais sobre o espírito humano, então se lançam em águas profundas, vão além do que a visão natural pode conceber. Em contrapartida, os insensatos se dedicarão apenas ao amontoado da massa biológica, detendo sua atenção ao encapsulamento, àquilo que é palpável e óbvio e então, deixam escapar ricas oportunidades desconhecidas que o futuro lhes faria por tamanha negligência.
Se percebermos a vida como um dom, não acreditaremos no acaso e assim, não viveremos no descaso. Viveremos a vida com seriedade e valorização, sabendo que em todos os momentos teremos sinais propositados para aprendizagem. Aquele que esta desperto, consegue enxergar com olhos metafísicos (vê o cerne), e tudo o que vê, enxerga sempre novo, pois a vida sempre se recicla com uma sensibilidade impar, desta forma, mesmo quando tudo parece ser igual, a sensibilidade treinada, extrai resultados que estavam ocultos aos olhos dos estultos.
Desta forma, nosso encontro com o caminho certo se dá quando nos preparamos metodicamente, e isto acontece muitas vezes, até mesmo inconscientemente. Então nos sentimos confiantes e dizemos ao mundo: Estou pronto, pode vir! E começam acontecer muitas coisas que estão exatamente em seu momento. Assim, jamais podemos ter a pretensão de controlar a vida e dizer a ela exatamente o que queremos para aquele momento. A vida sabe do que precisamos e como precisamos, assim, aproveitamos os desafios e oportunidades entregues do jeito que eles vêm, pois sabemos que estamos preparados e daremos cabo.
Este preparo não é para um encontro com pessoas, mas um encontro com nós mesmos, e quando isso acontece, tudo o mais virá naturalmente como que caindo em nosso colo.
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