terça-feira, 27 de março de 2012

Rede Neural Para Tomada de Decisões

Com certeza você já se deparou com aquele dito popular que diz sobre duas cabeças pensarem melhor do que apenas uma, sendo assim, pode ter a certeza de que isto se aplica com bastante eficácia na tomada de decisões. Porém, há um empecilho que pode desarmar a cooperação ou torná-la fútil, de fato, muitas opiniões podem não ser verdadeiras, outras são descartáveis ou mesmo podem ser pouco confiáveis.

Portanto, minha proposta (tese) é: Como então obter opiniões sinceras com o objetivo de dar resolução a um episódio por se estabelecer uma rede neural ampliada para além de seu próprio potencial?


Uma coisa é certa, não devemos nos converter naquele individuo que sempre está pedindo conselhos e expondo suas dificuldades e problemas aos demais assim como se pedisse esmolas. Este tipo de pessoa é um empecilho da qual ninguém consegue permanecer perto por muito tempo pelo motivo de que ele apenas está querendo a compaixão alheia e que concordem com ele em sua opinião ‘da forma injusta que o trataram’ e mesmo que consiga um conselho honesto, não escutará. Deveras, este indivíduo se sentirá ofendido se lhe derem conselhos práticos.

O ponto focal aqui é a maneira que solicitamos o conselho. Portanto, não peça conselhos se tudo o que você deseja é complacência.  Do contrário, o melhor meio para se obter apoio honesto é fazer com que a outra pessoa tome partido de nossa questão. Vou citar alguns exemplos práticos para serem adaptados as diversas outras situações:

- Em vez de dizer: “Gostaria que você me ajudasse nesta tarefa”, experimente dizer: ”Se você estivesse em meu lugar, como procederia para executar esta tarefa”. Com estas palavras, você transforma o seu problema em um problema para os demais.

- Outra situação típica é a seguinte: Um empresário quer ter boas ideias para um plano de negócios ou coisa assim, ele obviamente, apesar de ser o dono do negócio não é o dono da verdade absoluta. Sendo desta forma, ele pode melhor aproveitar o potencial que possui por meio de seus colaboradores por apresentar-lhes a intenção e aguardar as ideias, com isso ele consegue enxergar o assunto por outras perspectivas além de conseguir a colaboração incondicional de todos por ter ‘elogiado’ a inteligência das pessoas e afirmado sua confiança neles. 
Eu presenciei certa vez em uma fábrica de bolachas, uma equipe de engenheiros se debaterem para que uma receita funcionasse tão bem na linha de produção quanto havia funcionado em laboratório. Nada conseguiram. Entretanto, nunca haviam dado ouvidos para os operadores dos equipamentos de chão de fábrica que diziam ter a solução. Certa vez, em um programa motivacional promovido pela diretoria, foram obrigados a escutarem bem como averiguarem as informações. Pois descobriram que aqueles operadores tinham absoluta razão. Os engenheiros movidos pelo orgulho, desconsideravam que aqueles funcionários estavam na função a anos e conheciam todo o processo perfeitamente e sabiam bem as variáveis que influenciavam em cada etapa do processo, coisa que eles, engenheiros, não tinham aquela vivência.

- Tem aquela situação em que estamos precisando de uma informação importante para dar continuidade ao nosso trabalho, entretanto, não é obrigação do outro nos fornecer os dados ou é uma pessoa chata para isso, mas infelizmente ela detém a informação. A técnica aqui é a seguinte: “Senhor ‘X’, me disseram que você é uma grande autoridade no assunto (...) e como estou fazendo uma aplicação que emprega este ponto, o conselho que obtive de muitos é que eu deveria entrar em contato com você e ver qual é sua opinião de como proceder.

 - Tem uma história que aconteceu na Inglaterra nos idos da colonização da América. O general James E. Oglethorpe passou muitas semanas ensaiando um pedido de permissão para fundar uma nova colônia no Novo Mundo para apresentar ao Rei Jorge II (George em inglês), ensaiou todos os argumentos lógicos que lhe vinham à mente. Então, quando apresentou ao Rei, seus dias de ensaio foram por água a baixo. Recorreu até mesmo ao senso humanitário do Monarca, mas este não estava disposto a ceder.

Foi então, marcado uma segunda audiência e desta vez Oglethorpe resolveu mudar sua estratégia. No dia da sessão solene a conversa se desenrolou aproximadamente assim:
- Quão excelente seria colocar a bandeira da Inglaterra em um novo território.
- Mas para que se já temos colônias no Novo Mundo?
- Certo senhor, mas nenhuma daquelas leva vosso nome.

O rei despertou diante destas sábias palavras e não apenas concedeu autorização para uma nova colonização do Novo Mundo, como financiou todo o empreendimento e ainda concedeu anistia aos devedores da Coroa que fossem para lá, e assim, foi criado o estado da Georgia.

No primeiro caso, Oglethorpe nada conseguiu por meio de apelo racional. Já no segundo caso, ele conseguiu além do esperado quando deu uma ‘razão’ que enaltecesse o ego do Monarca. 

Como todos estes exemplos se ligam na tese? Pois bem, saiba que as pessoas agem primeiramente para aumentar seu ego e portanto, se a ocasião exigir, lhes dê o que necessitam como troca daquilo que você precisa. Todos gostam de ser solicitados a ajudar quando a ajuda levanta o ego, portanto, apenas formule a solicitação de maneira correta com a intenção de ampliar sua inteligência.

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