sábado, 8 de fevereiro de 2014

Regras para Liberdade

Para se obter a verdadeira liberdade é necessário estar sob elevadas e límpidas regras de vida. Se não as possuirmos seremos escravos, escravos de nossa estupidez e desejos embasados unicamente nos enganosos e limitados sentidos. 

Nossa liberdade deve contemplar preocupação com o próximo, caso contrário, cada qual privará o outro de sua liberdade e então, acontece o paradoxo que hoje presenciamos, ou seja, não há verdadeira liberdade à ninguém apesar de muito se falar dela. E não tenham dúvidas, isso não é nenhum ato de caridade samaritana... É sobrevivência!

Muitos que são inteligentes mas não possuem a verdadeira sabedoria, mantém seus jarros cheios demais de si mesmos. Como não conseguimos servir a dois senhores de modo pleno ao mesmo tempo (Lc 16,13), Deus aguarda em Sua Santa Paciência por nós esvaziarmos o nosso jarro para Ele poder participar de nós na mesma medida em que desocupamos espaço interno. Assim, sempre estaremos com nossa extensão habitada (Rm 8,9; 7,18).

É impossível que Deus nos invada em nossa intimidade, mesmo que seja para nos salvar, porque há regras de respeito na verdadeira e perfeita liberdade que Ele em Sua Sabedoria concede a todos os seres inteligentes.

Entendo eu que liberdade não é sinônimo de individualismo e menos ainda de libertinagem. Portanto, o conceito moderno de liberdade, arremete aqueles que o aderem, à escravidão e às tristezas, porque estão mais preocupados com a quantidade de ações individuais permissíveis de que com a qualidade daquelas que já existiam e que foram naturalmente adquiridas e transmitidas pela experiência milenar. 

Quando a medida de direitos individuais cresce irresponsavelmente, a medida dos deveres desvanece-se na mesma proporção e a noção de respeito ao próximo desaparece. Dentro deste contexto, a infecção generalizada do conjunto é inevitável. Torna-se uma descida gradual incontida. Opostamente, a aquisição de justos direitos sempre é acompanhada pela cartilha dos novos deveres.  

Assim, a liberdade não é uma característica de ação de um único indivíduo ou um grupo de indivíduos isolados dos demais embasados unicamente em seus volúveis desejos, mas sim, a qualidade de suas ações cimentadas no conjunto de valores de todos os indivíduos, até porque, livres são aqueles que não se permitem escravizar-se por nada, especialmente por si mesmos.

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