sábado, 15 de dezembro de 2012

A Polidez na Balança do Bem e do Mal



Está muito na moda se preocupar com a aparência pessoal e são bem poucos aqueles quem realmente estão satisfeitos com seu aspecto exterior, e podemos dizer que ambos os grupos fazem tudo o que está ao alcance para conseguirem o perfil da moda, mesmo que isso coloque sua saúde em risco. Fazem uso daquelas dietas malucas ultra-rápidas, medicamentos diversos, anfetaminas e demais ferramentas milagreiras.



Apesar desta histeria da maioria esmagadora com a aparência física, existem aqueles ‘gatos pingados’ que realmente tem a consciência de unir aparência com saúde, pois sabem que acima de tudo está a qualidade de vida. Porém, mais raro ainda são aqueles que acrescentam mais um atributo em seu dia-a-dia, que eu defino como o mais importante dentre os três, entretanto, por ironia da modernidade é o mais negligenciado, a saber, a civilidade. Esta está acima das outras qualidades porque tem o poder de fazer a pessoa bela se tornar feia e a pessoa feia se tornar bela. Apesar do feio, do grosseiro e do mau gosto estarem na moda, estou falando do esplêndido, da finura e do bom gosto, sim, daquelas coisas que não entrarão nunca mais na moda e que apenas os convencionais fazem questão de se manterem desatualizados neste quesito, não se importando de estarem presos a conceitos tidos como antiquados.

Para sermos atraentes, é necessário antes de tudo, termos firmeza moral, ela é quem determina a coerência do indivíduo ao agir, pois a polidez estará sempre no centro de seu proceder. Não é uma carteira mais cheia, uma roupa descolada, um corpo malhado ou um carro bacana que torna uma pessoa fascinante. Estas qualidades seriam ótimas se fossem encadeadas com a polidez de caráter, pois, sem isto, as engrenagens rangem por falta de óleo e a composição estressa. Uma pessoa que só se preocupa com as aparências é uma pessoa egocêntrica que deve ser mantida a uma distância segura, pois, se está bem para ela, tudo vai bem, caso contrário ela manda todos para PQP.

Sendo assim, não devemos nos enganar com as aparências, uma boa conversa é capaz de dar todas as dicas se a outra pessoa é uma bolha de sabão, ou seja, insípida, inodora, incolor e por sua vez oca. Mas atenção, eu disse uma boa conversa! Digo assim, porque uma pessoa muito educada pode ser um pilantra de tocaia lançando seu veneno. É claro que isso não é uma regra, mas generalizando, quando a esmola é demais, o santo tem razão em desconfiar. Portanto, uma pessoa fina nunca força a situação, ela é bem natural em seus atos e palavras.

Por outro lado, os dissimulados se escondem por baixo de uma camada brilhante de verniz, contudo, quando provocados ou mesmo sem perceberem, podem se tornar irreconhecíveis pelas grosserias ou ironias que lançam como dardos vez por outra. Isso acontece porque o verniz racha e a verdadeira criatura surge de dentro daquela casca que o protege. Então, atentem ao fato de que a pessoa polida demais, tem suas razões para ser.


Bem, e o que dizer de nós os que fazemos parte do grupo das pessoas normais? Bom, para começar, não consigo considerar as pessoas muito polidas como sendo virtuosas, na verdade, tenho pena delas, pois percebo que estão presas a regras por se manterem iludidas. Estas pessoas não conseguem se movimentar livremente porque estão em trajes justos, não são autênticas, não conseguem ser justas e honestas com elas próprias e muito menos com os outros. Estes são prisioneiros de si. Para sermos agradáveis e honestos, devemos antes do mais, sermos autênticos, porém, com um caráter polido com a moderação e o bom senso, o que é muito distante de um caráter dissimulado.

Concluindo então, qualquer pessoa pode ter um mal caráter sem deixar de ser polida. O engano está em dar primazia antes pelas aparências do que pela essência. É como disse Jesus, são como túmulos caiados, belos por fora, mas por dentro estão cheios de podridão e infecção. Levando em conta isso, a polidez verdadeira e equilibrada deve vir de dentro da alma e se exteriorizar e nunca o oposto, e isto, é questão de bons princípios que não é moeda aceitável por todos.

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