domingo, 21 de abril de 2013

Apenas a Coroa Não Garante a Majestade



Temos visto com mais evidência entre pessoas públicas, situações lamentáveis que até poderiam ser hilárias se não fossem depreciativas moralmente. Estas pessoas se submetem a qualquer situação humilhante, quando não, são os próprios mentores da humilhação para se apropriarem do título de reis ou rainhas disso e daquilo e quando conseguem tal condecoração, não tem a capacidade de adquirem a honra e distinção de tal título. 

Não digo reis ou rainhas no pleno sentido da palavra, até porque esse é um título que se está perdendo no tempo. Porém, em alusão, refiro-me a qualquer que seja a posição de quem detenha algum poder sobre as massas, seja na música, na política, no cinema, na empresa, em casa e demais funções hierárquicas de evidência. Os intentos aqui não são literais, mas sim, de conceitos.


A propósito, eu não diria que rei ou rainha... melhor dizendo mais acertadamente para nossos tempos, líder, seria um título, pois, título é uma atribuição de concordância entre a maioria dos interessados, porém neste caso, é uma conquista da pessoa que não implica em acordo, mas em estar em conformidade com seu real lugar da qual não há necessidade de concordância da maioria, pois implícito está.

Pois bem, a disputa entre tais indivíduos para se fazer donos deste título devoluto ou pertencente a outrem chega a ser desleal. Porém, apenas a coroa não faz um rei. Somente os tolos ficam hipnotizados pela coroa, pela gravata, pelos títulos e por quaisquer outras denominações de honras pomposas.

O verdadeiro rei ou líder está muito além desta hipnose vulgar. O rei não se resume num título ou em ornamentos, mas deve estar embasado primeiramente na majestade que se faz através do caráter de um verdadeiro rei e através da postura de rei. Pelas palavras e ações é que percebemos a majestade. A propósito, a honra vem por aquilo que damos e não pelo que recebemos e isto pode contrariar o dito popular de que, quem foi rei nunca perderá sua majestade, pois, sabemos de muitos reis vulgares que nunca tiveram majestade.

Para entendermos a diferença entre rei e rei, veja que a natureza nos oferece infinitas qualidades naturais desejáveis de majestade para um verdadeiro rei, bem como qualidades negativas que demonstra um comum teatralizando de rei.

O leão é tido como o rei da selva e não é por menos, pois, apesar de haver animais mais fortes e poderosos que ele, da qual poderiam ter o título de rei na visão de uma pessoa pouco dotada de razão, é o leão que foi coroado legitimamente por causa de suas qualidades e postura naturais de rei, pois, consta que o leão não come pequenos pedaços de carne, ele não enxerga coisas pequenas. O leão não caça camundongos, ele não se importa com os ' dongos * '. Desta forma, ele ignora as coisas mesquinhas, mas sim, vai atrás das grandiosas. Quando luta, ele se põe de pé abraçando sua presa se entregando numa luta justa. 

Assim também, a águia como rainha do céu não caça moscas, mas apenas luta com grandes presas. Ela também abraça sua presa se entregando em uma luta justa.

A coruja é símbolo do sábio que está sempre atento em escutar e observar para enxergar onde os demais não conseguem enxergar.

De mesma forma que o leão tem grandeza em sua postura, também tem a águia em seu voo. A águia não tem o voo desengonçado da galinha e nem o voo agitado da borboleta, pelo oposto, seu voo é ágil, leve e majestoso.

Por outro lado, o morcego é um 'rato' que voa e vive na contramão, pois, descansa de cabeça para baixo e troca a luz pela escuridão. Para o morcego, a luz é temível e as trevas são desejáveis. Ele vive do sangue alheio. Portanto, ele troca a verdade pela mentira. Assim também são a massa humana desta era má, onde a mentira e o vulgar é de fácil assimilação, opostamente a verdade nunca é aprendida. Enquanto na luz, aguardam ansiosamente a chegada das trevas... É na mentira que suas vidas florescem.

No reino vegetal também temos símbolos de majestade ou de ignomínia. A majestade do Carvalho é um exemplo de beleza e resistência em face as piores adversidades. A Sequoia também é símbolo de majestade por sua grandeza, resistência e longevidade. Já, o Mata-Pau apesar de abraçar suavemente a árvore, ele suga sua seiva até matá-la. Ele é símbolo do adulador que sorrateiramente suga do outro tudo o que deseja até matá-lo de todas as suas posses se assim puder.

No reino mineral também temos muitos símbolos, tais como a água, o fogo, o vento, a pedra, o deserto, o mar...

Tais, não são adjetivos póstumos atribuídos a revelia como é costume embasado na hipocrisia. São adjetivos que revelam qualidades naturais em vida, simbolizados nas características inatas destes elementos e desejáveis para um verdadeiro rei por propriedade e direito conquistado pela sua majestade sem combate e nem debate, mas naturalmente recebido por direito legal.

Herodes o Grande, imperador da Roma antiga, é símbolo de um usurpador que se apropriou de um título que não lhe caberia se não fossem a série de assassinatos de sua própria família, este era apenas rei pela coroa.

Godofredo de Bulhões, homem de notáveis qualidades que incluía a piedade, descendente de Carlos Magno, quando pelas cruzadas, livrou Jerusalém das forças islâmicas, se recusou ser rei de Jerusalém (sendo ele apenas duque), por não querer fazer frente à coroa de espinhos de seu verdadeiro Rei pela sua coroa de ouro. Aceitando apenas o cargo de 'Protetor do Santo Sepulcro', ou simplesmente 'Príncipe' como recompensa pela sua luta e conquista. Ele possuía majestade.

Alexandre o Grande também era um rei de majestade natural. Ele agia como tal, tamanha era sua capacidade de líder. Tanto foi assim, que após sua morte, seus quatro generais não conseguiram manter seu império.

Portanto, quem dos muitos reis de hoje realmente o são por propriedade por possuírem a majestade?


* Pequena cidade italiana na região de Lombardia, noroeste da Itália.

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