terça-feira, 24 de novembro de 2009

Interpretando as Mulheres

O jovem Rei Arthur foi surpreendido pelo monarca do reino vizinho enquanto caçava furtivamente em um bosque dele. O Rei vizinho poderia tê-lo matado no ato, pois tal era o castigo para quem violasse as leis da propriedade. Contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil. A pergunta era:
- O que realmente as mulheres querem?
Semelhante pergunta deixaria perplexo até o homem mais sábio, e ao jovem Arthur lhe pareceu impossível respondê-la. Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou ao seu reino e começou a interrogar as pessoas: A princesa, a rainha, as prostitutas, os monges, os sábios, o palhaço da corte, em suma, todos... E ninguém soube dar uma resposta convincente.


Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços.
Chegou o último dia do acordo e Arthur não teve mais remédio senão recorrer à feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com uma condição: Primeiro teria que aceitar o seu preço! Ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da távola redonda e o mais íntimo amigo do Rei Arthur! O jovem Arthur a olhou horrorizado: Ela era feiíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos... Nunca havia topado com uma criatura tão repugnante. Se acovardou diante da perspectiva de pedir a um amigo de toda a sua vida para assumir essa carga terrível. Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo.
A bruxa, de sabedoria infernal, disse:
- O que realmente as mulheres querem é: Serem soberanas de suas próprias vidas!
Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo. Assim foi. Ao ouvir a resposta, o monarca vizinho lhe devolveu a liberdade. Porém, que bodas tristes foram aquelas... Toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais desgarrado, entre o alívio e a angústia do que o próprio Arthur.
Gawain, entretanto, se mostrou cortês, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso.
Chegou a noite de núpcias. Quando Gawain, já preparado para ir para a cama aguardava sua esposa, ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar!
Gawain ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido. A jovem lhe respondeu com um sorriso doce que como havia sido cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria com aspecto horrível e a outra metade com aspecto de uma linda donzela. Então ela lhe perguntou:
- Qual você prefere para o dia e qual para a noite?
Que pergunta cruel! Gawain se apressou em fazer cálculos. Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa ou quem sabe, ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.
Vocês o que teriam preferido? Sejam sinceros com vocês mesmos.
O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua vida, então assumiria sua verdadeira forma definitivamente.
Moral da história: Não importa se a mulher é bonita ou feia, no fundo, é sempre como a bruxa da história. Ela se transformará de acordo com a forma que você a tratar.
Na vida, sempre assumimos o papel que nos dão. Se chamarem alguém de inútil, essa pessoa será isso. Se acreditarem nela, ela se esforçará para corresponder as expectativas mesmo estando abaixo dela.
Entenderam o ponto?

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