Lá pelo anos de 1967, Gilmar era na época um rapaz com seus 26 anos de idade, pedreiro por profissão. Casou-se com Odila que era mais nova de que ele em aproximadamente 6 anos. Logo que se casaram, foram morar na Vila Nova, um bairro recém formado da cidade.
Gilmar, rapaz trabalhador, construiu e terminou sua casa antes de se casarem, trabalhando duro algumas noites e todo final de semana, pois ele prometeu que só casaria quando terminasse a casa. Contudo, apesar de trabalhador, ele tinha um problema, era muito namorador. Problema esse que Odila nunca desconfiou por causa de sua malícia e manhas de pessoa que amadureceu cedo na vida sem a assistência dos pais, melhor dizendo, apesar dela desconfiar, nunca houve uma situação que lhe desse essa certeza.
Tudo o que possuíam, era fruto de trabalho duro. Porém, poderiam ter conquistado muito mais se Gilmar não usasse parte de seu trabalho para suas escapadinhas. Até houve um fato trágico pouco mais de um ano depois de casados, da qual Gilmar foi com os amigos de boteco num final de semana em uma quermesse da igreja em um outro bairro da cidade. Estavam todos lá se divertindo, porém, Gilmar como sempre, costumava ficar até a última hora de toda festa em que ia, bastava para isso ter bebida a vontade que depois de alguns copos, os amigos acabavam sendo apenas um detalhe, fato este, que Odila bem conhecia.
Nesta quermesse, ele acabou ficando sozinho, porque todos foram embora para casa. Várias mesas já vazias a sua frente, havia uma garota muito bonita da qual ele a pegou olhando para ele. Assim, ficaram flertando de longe até que ele tomou a atitude de ir até a mesa dela. Ao se apresentarem e conversarem um pouco, a garota disse-lhe que os seus sapatos de salto alto a estavam incomodando muito e que ela gostaria de ir para casa trocar por sapatos mais confortáveis para que pudesse continuar na noite. Sem pestanejar, Gilmar como bom rapaz, se prontificou a dar uma carona para a moça ir para sua casa trocar seus sapatos e depois saírem sem rumo pela cidade já que a noite estava apenas começando.
Quando estavam dentro do carro já ligado, Gilmar perguntou à moça aonde ela morava, que de imediato ela pediu para que ele a levasse para o Bairro Floresta. Gilmar sentiu nesse momento um pequeno frio na barriga, pois neste bairro, para se chegar lá, havia uma favela em seu caminho logo na entrada, mas olhando bem a garota, ele avaliou que valeria a pena.
Pois bem, eles se puseram em rumo à casa dela. A moça parecia ser bem simpática e interessada nele. Assim, Gilmar se achou a última batatinha do saco. Chegando na favela, observou que toda a rua estava em penumbra, pois, alguns postes estavam com suas lâmpadas apagadas. Ele diminuiu a velocidade do carro para poder atravessar a favela, já que não havia pavimentação naquele trecho, porém, receoso e com a barriga gelada. A moça pediu então, para que ele parasse no começo do bairro em um determinado ponto e aguardasse, pois, ela voltaria bem rápido.
Mal ele parou o carro, bateram em sua janela e pediram para que ele descesse do carro bem devagar. E assim foi feito. Ele se virou para os bandidos e disse que havia trazido a garota que era do bairro e conhecida dele, tentando assim se safar da enrascada. Para sua surpresa, a garota disse à ele com cara de pilantra que os malandros só queriam dinheiro. Recomendou que desse tudo o que tinha para os 'coitados' e fosse embora rapidinho. Que furada Gilmar se meteu, caiu numa cilada e largou uma semana do suor de seu rosto nas mãos dos vagabundos. Acabou descobrindo que a moça já havia levado tantos outros na mesma lábia.
Certo dia não muito distante deste fato, em um fim de semana, Odila já grávida de cinco meses, estava sentada numa cadeira preguiçosa na varanda de sua casa com as pernas inchadas e doloridas tal como acontece às mulheres grávidas. Gilmar sai pela porta da sala, atravessa a varanda e vai rumo ao pequeno portão da rua. Sai, tranca o portão e diz à mulher que iria comprar uma galinha para que ela pudesse tomar uma canja. Bem, nada mais justo que isso na situação em que ela se encontrava. Tudo estaria bem se não fosse por um detalhe, Gilmar saiu por aquele portão e não mais voltou para casa e não mais se ouviu falar dele.
Passaram-se mais de vinte e cinco anos deste ocorrido, então aconteceu que no dia do casamento de Moacir, filho único de dona Odila, estava ela sentada logo cedo em sua cadeira preguiçosa com suas pernas inchadas pelos dias corridos de preparativos que antecederam este dia do casamento, quando repentinamente aparece no portão tal como uma assombração, Gilmar. Ele olhou para ela, ela fitou os olhos nele. Aquele momento parecia o mesmo momento de vinte e cinco anos atrás, era como se Gilmar houvesse saído a uma hora atrás e retornado naturalmente.
Gilmar por um momento permaneceu parado como um estranho no portão aguardando o convite para entrar. Dona Odila olhou-o firmemente e com a mesma firmeza perguntou-lhe:
- Trouxe a galinha homem...?
- Não! Respondeu Gilmar.
Resposta curta, mas o suficiente para que dona Odila subisse nas tamancas e vociferasse com a mesma firmeza:
- Você levou vinte e cinco anos para ir comprar uma galinha e volta para casa sem ela...? Suma daqui seu filho da puta e nunca mais apareça...!
Gilmar rapidamente se virou sem abrir sua boca em defesa própria, e desapareceu dali tão enigmático quanto havia aparecido. Ninguém nunca mais ouviu falar de Gilmar e seu paradeiro permaneceu desconhecido como já era anteriormente, aliás, dona Odila nunca teve interesse em saber em momento algum desde o princípio.
Gilmar, rapaz trabalhador, construiu e terminou sua casa antes de se casarem, trabalhando duro algumas noites e todo final de semana, pois ele prometeu que só casaria quando terminasse a casa. Contudo, apesar de trabalhador, ele tinha um problema, era muito namorador. Problema esse que Odila nunca desconfiou por causa de sua malícia e manhas de pessoa que amadureceu cedo na vida sem a assistência dos pais, melhor dizendo, apesar dela desconfiar, nunca houve uma situação que lhe desse essa certeza.
Tudo o que possuíam, era fruto de trabalho duro. Porém, poderiam ter conquistado muito mais se Gilmar não usasse parte de seu trabalho para suas escapadinhas. Até houve um fato trágico pouco mais de um ano depois de casados, da qual Gilmar foi com os amigos de boteco num final de semana em uma quermesse da igreja em um outro bairro da cidade. Estavam todos lá se divertindo, porém, Gilmar como sempre, costumava ficar até a última hora de toda festa em que ia, bastava para isso ter bebida a vontade que depois de alguns copos, os amigos acabavam sendo apenas um detalhe, fato este, que Odila bem conhecia.
Nesta quermesse, ele acabou ficando sozinho, porque todos foram embora para casa. Várias mesas já vazias a sua frente, havia uma garota muito bonita da qual ele a pegou olhando para ele. Assim, ficaram flertando de longe até que ele tomou a atitude de ir até a mesa dela. Ao se apresentarem e conversarem um pouco, a garota disse-lhe que os seus sapatos de salto alto a estavam incomodando muito e que ela gostaria de ir para casa trocar por sapatos mais confortáveis para que pudesse continuar na noite. Sem pestanejar, Gilmar como bom rapaz, se prontificou a dar uma carona para a moça ir para sua casa trocar seus sapatos e depois saírem sem rumo pela cidade já que a noite estava apenas começando.
Quando estavam dentro do carro já ligado, Gilmar perguntou à moça aonde ela morava, que de imediato ela pediu para que ele a levasse para o Bairro Floresta. Gilmar sentiu nesse momento um pequeno frio na barriga, pois neste bairro, para se chegar lá, havia uma favela em seu caminho logo na entrada, mas olhando bem a garota, ele avaliou que valeria a pena.
Pois bem, eles se puseram em rumo à casa dela. A moça parecia ser bem simpática e interessada nele. Assim, Gilmar se achou a última batatinha do saco. Chegando na favela, observou que toda a rua estava em penumbra, pois, alguns postes estavam com suas lâmpadas apagadas. Ele diminuiu a velocidade do carro para poder atravessar a favela, já que não havia pavimentação naquele trecho, porém, receoso e com a barriga gelada. A moça pediu então, para que ele parasse no começo do bairro em um determinado ponto e aguardasse, pois, ela voltaria bem rápido.
Mal ele parou o carro, bateram em sua janela e pediram para que ele descesse do carro bem devagar. E assim foi feito. Ele se virou para os bandidos e disse que havia trazido a garota que era do bairro e conhecida dele, tentando assim se safar da enrascada. Para sua surpresa, a garota disse à ele com cara de pilantra que os malandros só queriam dinheiro. Recomendou que desse tudo o que tinha para os 'coitados' e fosse embora rapidinho. Que furada Gilmar se meteu, caiu numa cilada e largou uma semana do suor de seu rosto nas mãos dos vagabundos. Acabou descobrindo que a moça já havia levado tantos outros na mesma lábia.
Certo dia não muito distante deste fato, em um fim de semana, Odila já grávida de cinco meses, estava sentada numa cadeira preguiçosa na varanda de sua casa com as pernas inchadas e doloridas tal como acontece às mulheres grávidas. Gilmar sai pela porta da sala, atravessa a varanda e vai rumo ao pequeno portão da rua. Sai, tranca o portão e diz à mulher que iria comprar uma galinha para que ela pudesse tomar uma canja. Bem, nada mais justo que isso na situação em que ela se encontrava. Tudo estaria bem se não fosse por um detalhe, Gilmar saiu por aquele portão e não mais voltou para casa e não mais se ouviu falar dele.
Passaram-se mais de vinte e cinco anos deste ocorrido, então aconteceu que no dia do casamento de Moacir, filho único de dona Odila, estava ela sentada logo cedo em sua cadeira preguiçosa com suas pernas inchadas pelos dias corridos de preparativos que antecederam este dia do casamento, quando repentinamente aparece no portão tal como uma assombração, Gilmar. Ele olhou para ela, ela fitou os olhos nele. Aquele momento parecia o mesmo momento de vinte e cinco anos atrás, era como se Gilmar houvesse saído a uma hora atrás e retornado naturalmente.
Gilmar por um momento permaneceu parado como um estranho no portão aguardando o convite para entrar. Dona Odila olhou-o firmemente e com a mesma firmeza perguntou-lhe:
- Trouxe a galinha homem...?
- Não! Respondeu Gilmar.
Resposta curta, mas o suficiente para que dona Odila subisse nas tamancas e vociferasse com a mesma firmeza:
- Você levou vinte e cinco anos para ir comprar uma galinha e volta para casa sem ela...? Suma daqui seu filho da puta e nunca mais apareça...!
Gilmar rapidamente se virou sem abrir sua boca em defesa própria, e desapareceu dali tão enigmático quanto havia aparecido. Ninguém nunca mais ouviu falar de Gilmar e seu paradeiro permaneceu desconhecido como já era anteriormente, aliás, dona Odila nunca teve interesse em saber em momento algum desde o princípio.
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